ATA
DA CENTÉSIMA VIGÉSIMA QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEXTA SESSÃO LEGISLATIVA
ORDINÁRIA DA NONA LEGISLATURA, EM 19.10.1988.
Aos dezenove
dias do mês de outubro do ano de mil novecentos e oitenta e oito reuniu-se, na
Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre,
em sua Centésima Vigésima Quinta Sessão Ordinária da Sexta Sessão Legislativa
Ordinária da Nona Legislatura. Às quatorze horas e quinze minutos, foi
realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adão Eliseu,
Antonio Hohlfeldt, Aranha Filho, Artur Zanella, Bernadete Vidal, Brochado da
Rocha, Caio Lustosa,Cleom Guatimozim,
Clóvis Brum, Elói Guimarães, Ennio Terra, Flávio Coulon, Hermes Dutra, Ignácio
Neis, Jaques Machado, Jorge Goularte, Jussara Cony, Lauro Hagemann, Luiz Braz,
Mano José, Nei Lima, Nereu D’Ávila, Paulo Sant’Ana, Paulo Satte, Rafael Santos,
Raul Casa, Teresinha Irigaray, Valdir Fraga e Wilton Araújo. Constatada a
existência de “quorum”, o Sr. Presidente declarou abertos os trabalhos e solicitou
ao Ver. Jorge Goularte que procedesse à leitura de trecho da Bíblia. A seguir,
o Sr. Secretário procedeu à leitura da Ata Declaratória da Centésima Vigésima
Quarta Sessão Ordinária e das Atas das Qüinquagésima Oitava e Qüinquagésima
Nona Sessões Solenes, que foram aprovadas. À MESA foram encaminhados: pelo Ver.
aranha Filho, 01 Pedido de Providências, solicitando de reposição de lâmpadas
nas luminárias da rede de iluminação pública na Rua Ten. Coronel Fabrício
Pillar; pelo Ver. Artur Zanella, 02 Pedidos de Providências, solicitando que
seja verificado, junto ao DMAE, a complementação da rede d’água da Rua São
Felipe; que seja verificada a possibilidade de melhoramento da rede de esgoto
da Rua São Felipe; pelo Ver. Nei Lima, 01 Projeto de Lei do Legislativo nº
161/88 (proc. nº 2088/88), que autoriza doação de imóvel ao Lindóia Tenis Clube
e dá outras providências; pelo Ver. Nilton Comin, 01 Projeto de Lei do
Legislativo nº 168/88 (proc.nº 2258/88), que denomina Rua Gilberto Jaime um
logradouro público; pelo Ver. Paulo Satte, 01 Emenda ao Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 15/88 (proc. nº 2551/88), que regula o horário
de abertura e fechamento do comércio em geral na cidade de Porto Alegre. Do
EXPEDIENTE constaram: Ofícios nos 597/88, do Sr. Prefeito Municipal;
02/88, da Comissão Especial constituída para examinar o Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 14/88; 291/88, do Dr. Ruy Luiz Burin, Promotor
de Justiça; s/nº, do 1º Ten. Ref. Carlos de Araújo. Após, constatada a
existência de “quorum”, foi aprovado Requerimento do Ver. Wilton Araújo,
solicitando a inversão dos trabalhos, passando-se ao período de PAUTA. Em
Discussão Preliminar, estiveram, em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Executivo
nos 101; 102; 103; 104; 105; 106; 107; 108; 109; 111; 112; 113; 114;
115; 116; 117; 118; 119; 120; 121; 122; 123/88; em 2ª Sessão, os Projetos de
Resolução nos 52; 48/88; o
Projeto de Lei do Executivo nº 95/88; em 3ª Sessão, os Projetos de Resolução nos 50; 51/88. A seguir, constatada a existência
de “quorum”, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação Secreta
esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 162/88, que teve adiada sua discussão
e votação por uma sessão a Requerimento, aprovado, do Ver. Brochado da Rocha.
Em Discussão Geral e Votação esteve o Pedido de Autorização nº 09/87, que foi
retirado nos termos do art. 146 do Regimento, para reestudo da Comissão de
Justiça e Redação, a Requerimento, aprovado, do Ver. Artur Zanella, encaminhado
à votação pelos Vereadores Brochado da Rocha, Caio Lustosa, Flávio Coulon,
Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella e Jorge Goularte. Em Discussão Geral e Votação
foram aprovados os Projetos de Resolução nos 42; 44; 46; 32/88,
encaminhado à votação pelo Ver. Jorge Goularte. Em Discussão Geral e Votação
Secreta esteve o Veto Total ao Projeto de Lei do Legislativo nº 96/87 que, após
ter sido discutido pelo Ver. Jorge Goularte, deixou de ser votado em face da
inexistência de “quorum”. Durante os trabalhos, o Sr. Presidente respondeu
Questões de Ordem do Ver. Nei Lima, acerca da apregoação do Projeto de Lei do
Executivo nº 126/88; do Ver. Antonio Hohlfeldt, acerca dos avulsos referentes à
presente Sessão. Às quinze horas e trinta e seis minutos foi realizada nova
verificação de “quorum”, registrando-se as presenças dos Vereadores Adão
Eliseu, Aranha Filho, Artur Zanella, Elói Guimarães, Ennio Terra, Flávio
Coulon, Jorge Goularte, Lauro Hagemann, Nei Lima, Paulo Sant’Ana e Wilton
Araújo. Constatada a inexistência de “quorum” para votação, o Sr. Presidente
levantou os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão
Ordinária de amanhã, à hora regimental e para Sessão Extraordinária a ser
realizada amanhã, após a Sessão Ordinária. Os trabalhos foram presididos pelos
Vereadores Brochado da Rocha, Artur Zanella e Lauro Hagemann e secretariados
pelos Vereadores Lauro Hagemann e Valdir Fraga, o último como Secretário “ad
hoc”. Do que eu, Lauro Hagemann, 3º Secretário, determinei fosse lavrada a
presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos
Senhores Presidente e 1ª Secretária.
O SR. MEl LIMA:O SR. NEI LIMA: Sr. Presidente,
gostaria de consultar a Mesa se foi apregoado o Projeto do DMLU, que foi
enviado a esta Casa na sexta-feira que passou.
O SR. PRESIDENTE (Artur
Zanella): Sim,
foi apregoado. Requerimento firmado
pelo Ver. Wilton Araújo pede que haja inversão na ordem dos trabalhos,
iniciando-se pela Pauta. É esta a votação que está sendo submetida aos Srs. Vereadores.
Em votação o Requerimento. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Passa-se à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
1ª SESSÃO
PROC. 2178/88 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº
101/88, que
concede contribuição à Universidade do Trabalho, e dá outras providências.
PROC. 2179/88 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº
102/88, que
concede contribuição ao Clube de Cultura de Porto Alegre, e dá outras
providências.
PROC. 2180/88 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº
103/88, que
concede contribuição à União Metropolitana dos Estudantes Secundários de Porto
Alegre - UMESPA, e dá outras providências.
PROC. 2181/88 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº
104/88, que
concede contribuição ao Centro de Cultura Musical da PUC/RS, e dá outras
providências.
PROC. 2182/88 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº
105/88, que
concede contribuição à Associação dos Servidores da Secretaria Municipal dos
Transportes, e dá outras providências.
PROC. 2183/88 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº
106/88, que
concede contribuição à União dos Vereadores do Rio Grande do Sul, e dá outras
providências.
PROC. 2184/88 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº
107/88, que
concede contribuição à Associação dos Funcionários Municipais de Porto Alegre –
AFMPA – Hospital Porto Alegre, e dá outras providências.
PROC. 2185/88 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº
108/88, que
concede contribuição à Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais - APAE, e
dá outras providências.
PROC. 2186/88 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº
109/88, que
concede contribuição à Associação dos CPMs, e dá outras providências.
PROC. 2188/88 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº
111/88, que
concede contribuição ao Serviço Interconfessional de Aconselhamento - SICA, e
dá outras providências.
PROC. 2189/88 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº
112/88, que
concede contribuição à Associação dos Servidores da Secretaria do Planejamento
Municipal, e dá outras providências.
PROC. 2190/88 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº
113/88, que
concede contribuição à Associação Satélite Prontidão, e dá outras providências.
PROC. 2191/88 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº
114/88, que
concede contribuição à Sociedade Beneficente Cultural Floresta Aurora, e dá
outras providências.
PROC. 2192/88 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº
115/88, que
autoriza o Município a dar contribuição ao Departamento Municipal de Habitação
– DEMHAB, e dá outras providências.
PROC. 2193/88 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº
116/88, que
autoriza o Município a dar contribuição ao Departamento Municipal de Limpeza
Urbana - DMLU, e dá outras providências.
PROC. 2194/88 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº
117/88, que
concede contribuição à Associação dos Servidores da Secretaria Municipal de
Saúde e Serviço Social, e dá outras providências.
PROC. 2195/88 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº
118/88, que
concede contribuição ao Movimento Assistencial de Porto Alegre - MAPA, e dá
outras providências.
PROC. 2196/88 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº
119/88, que
concede contribuição à Teledifusão Educativa – Planetário da UFRGS, e dá outras
providências.
PROC. 2197/88 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº
120/88, que
concede contribuição à Comissão Municipal de Porto Alegre de Educação de Jovens
e Adultos - EDUCAR, e dá outras providências.
PROC. 2198/88 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº
121/88, que
concede contribuição à Orquestra Sinfônica de Porto Alegre - OSPA, e dá outras
providências.
PROC. 2199/88 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº
122/88, que
concede contribuição à Fundação de Educação Social e Comunitária, e dá outras
providências.
PROC. 2200/88 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº
123/88, que
concede contribuição à Associação Beneficente dos Funcionários da Câmara
Municipal de Porto Alegre - ABECAPA, e dá outras providências.
2ª SESSÃO
PROC. 2136/88 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 052/88, do Ver. Hermes Dutra, que
concede o título honorífico de Cidadão Emérito ao Senhor José Portella Nunes.
PROC. 2171/88 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº
095/88, que
autoriza o DMAE a dar contribuição à Administração Centralizada e dá outras
providências.
PROC. 2020/88 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 048/88, da Verª Teresinha
Irigaray, que concede o título honorífico de Cidadã Emérita à Sra. Salma
Chemale.
3ª SESSÃO
PROC. 2124/88 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 050/88, do Ver. Artur Zanella, que
concede o título honorífico de Cidadão Emérito ao Jornalista Paulo Frederico
Scherer.
PROC. 2125/88 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 051/88, do Ver. Artur Zanella, que
concede o título honorífico de Cidadão Emérito ao Jornalista Pedro José
Scherer.
O SR. PRESIDENTE: Vereadores inscritos para discussão preliminar da Pauta. Ver. Nei
Lima. Desiste. Ver. Flávio Coulon. Desiste. Ver. Hermes Dutra. Desiste. Ver.
Jorge Goularte. Desiste.
Passa-se à
ORDEM DO DIA
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
Sobre a mesa, Requerimento de autoria do Ver. Artur Zanella,
solicitando que o PA nº 009/87 seja retirado nos termos do art. 146 do
Regimento Interno.
Em votação. Para encaminhar o Requerimento, está com a palavra o Ver.
Brochado da Rocha.
O SR. BROCHADO DA ROCHA: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, quero louvar a iniciativa tomada pelo Sr. Ver. Artur Zanella, em
adiar a votação referente ao Teatro Municipal.
Gostaria que, antes que essa matéria fosse votada por esta Casa,
primeiro se examinasse o que é a matéria, o Processo. É um Pedido de
Autorização, que cede um bem real do lado da Câmara Municipal, com uma
volumetria cinco vezes maior do que esta Casa, para os amigos que nós não
sabemos quem são, amigos desconhecidos ou anônimos. Ele tem o formato que mais
lembra as pirâmides faraônicas, tem hotéis. E eu acho interessante que se traga
para a Câmara Municipal, quando da votação do referido Projeto, a devida
maquete que existe sobre o Projeto.
Por isso, ainda questionando, pediria um minuto de atenção ao Ver.
Artur Zanellla e à Comissão de Justiça da Casa, visando a que se trata de um
Pedido de Autorização, de uma permissão real. E mais, permissão de uso por 20
ou 30 anos. E tem um problema que julgo fundamental, a área é uma área que deve
ser desafetada, é de bem público. Ela precisa ser desafetada para depois ser
votada.
Acho que o Projeto deve voltar à Comissão de Justiça para a mesma ver
se pode haver essa permissão de uso, pois ela está em cima de uma área verde de
bem comum. Então, acho que antes de se votar deveria voltar à Comissão de
Justiça para que estude o assunto. Inclusive, coloco uma dúvida também ao exame
da Comissão de Justiça: é um Pedido de Autorização isto ou é um Projeto de Lei?
Tenho severas divergências de que seja tão-somente um Pedido de Autorização.
São esses os motivos por que louvo a iniciativa do Ver. Artur Zanella, que
retira o Projeto por duas Sessões, o que, certamente, possibilitará uma maior
possibilidade de que volte à Comissão de Justiça, de vez que acho que tem
problemas insanáveis quanto à sua exeqüibilidade em seu todo. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. ARTUR ZANELLA (Questão
de Ordem):
Como o Sr. Presidente levanta óbices de natureza jurídica que demanda uma
análise maior da Comissão de Justiça, consulto a Mesa se é possível retificar o
Requerimento para retirar a urgência, adiar por duas Sessões e retirar a
urgência.
O SR. PRESIDENTE (Lauro
Hagemann):
Ver. Artur Zanella, depois de o Presidente apregoar o Requerimento de V. Exa.,
que está sendo discutido, a Mesa está sendo informada pela Diretoria
Legislativa de que a discussão desse Processo já foi adiada por cinco Sessões.
Caberia, então, hoje, apenas a discussão do Projeto em si e a sua votação que
poderia ser adiada.
O SR. ARTUR ZANELLA: Consulto a V. Exa. se pode
fazer a retirada da Ordem do Dia.
O SR. PRESIDENTE: V. Exa. pode fazê-lo, sim.
O SR. ARTUR ZANELLA: Então, faço neste momento.
Solicito retirada da Ordem do Dia para o encaminhamento, então, para as
diligências preconizadas pelo Sr. Presidente, com audiência à Comissão de
Justiça.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de Ordem): Sr. Presidente, indago da Mesa se o Projeto
2107/88, da Mesa, Projeto de Lei do Legislativo, que atualiza o valor básico do
valor dos vencimentos da Câmara Municipal, se foi retirado, pois não consta dos
avulsos.
O SR. PRESIDENTE (Brochado
da Rocha):
Foi retirado.
O SR. ARTUR ZANELLA: Há Substitutivo?
O SR. PRESIDENTE: Não, não deu entrada o
Substitutivo.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: A minha indagação – V. Exa.
deve estar colocando uma informação nova, que eu não disponho – é que na folha
3, no alto, existe Ordem do Dia – Discussão Geral e Votação Secreta de um
Processo, o nº 2107, que não consta dos avulsos. A questão é esta apenas.
O SR. PRESIDENTE: Realmente, eu não havia me
dado conta que não constava do avulso, consta do espelho.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Consta do espelho, mas
não dos avulsos, incluídos no espelho.
O SR. PRESIDENTE: Como foi oferecida a
retirada e adiada...
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: É por isso que estranhei,
exatamente, porque, de repente, nós temos uma discrepância.
O SR. PRESIDENTE: Realmente, eu registro a
estranheza de V. Exa. e esta Presidência não tinha visto que não constava,
também.
A Mesa está num impasse, o Ver. Artur Zanella pediu para retirar da
Ordem do Dia.
O SR. ARTUR ZANELLA: Eu, na verdade, pedi à Mesa
que a mesma me orientasse sobre qual a forma para que o Projeto não seja votado
hoje.
O SR. PRESIDENTE: V. Exa. é o autor do
Pedido, então pode pedir e, em votação pelo Plenário, será decidido
normalmente.
O SR. ARTUR ZANELLA: Peço, então, a retirada da
Ordem do Dia do Processo e o encaminhamento do mesmo à Comissão de Justiça.
O SR. PRESIDENTE: Em votação. Para
encaminhar, com a palavra o Ver. Caio Lustosa.
O SR. CAIO LUSTOSA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, nós entendemos que o adiamento de discussão e votação de um Projeto
tem que ser confortado por razões ponderáveis. Tem que ser bem justificado.
Esse Projeto é um Projeto, conforme registra a “Zero Hora” de hoje, polêmico e
isto já foi levantado aqui. É um Projeto que implica mais uma alienação de bem
público para iniciativa privada, sob o cunho de concessão de uso, de uma área
considerável, aqui nas cercanias da Câmara e, como V. Exa. bem colocou, de
volumetria várias vezes maior do que a do prédio desta Câmara. É um Projeto que
se refere a teatro sim, mas entendemos que nem toda a classe teatral está
devidamente informada e não se posicionou sobre ele, mas isto são aspectos de
mérito, que vamos discutir oportunamente. A nossa presença, então, agora, aqui,
é apenas para salientar isto: que este adiamento precisaria ser bem
justificado. Eu não acredito que apenas a posição hoje manifestada através do
principal órgão de imprensa desta Cidade e que traz os mesmos argumentos que
nos trazíamos para a questão do Projeto chamado Projeto Praia do Guaíba, seja
capaz de provocar este adiamento. Mas não vamos nos posicionar contrariamente
ao adiamento, no entanto, queremos deixar bem registrada esta posição: seja ele
discutido e votado hoje, ou na próxima quinta-feira, o que interessa é saber se
ele é um Projeto de interesse público. Eu falo interesse público, interesse
público da cidade de Porto Alegre. Esta é uma questão que vamos discutir, como
disse, oportunamente. Apenas estranhamos este adiamento, que não tem assim
maior razão de ser. Quanto ao encaminhamento, pleiteado pelo
Vereador-Presidente - e eu pediria a atenção do Presidente da Casa - para que a
Comissão de Justiça se manifestasse mais uma vez, nós queremos dizer que este
Projeto foi dos mais trabalhados, discutidos e diligenciados. Ele veio
pessimamente instruído, desde o início. Fizemos uma, duas ou três diligências,
e eu falo na condição de Presidente da Comissão de Justiça, e chegou ao ponto
de não se saber nem onde iria sediar-se
a construção do teatro, não havia um ponto de amarração, e isso foi suprido na
última diligência. Permanece ainda a questão da existência ou não de interesse
público do Município, da coletividade de Porto Alegre, referente a essa
concessão real de uso, mas esse aspecto iremos discutir no momento em que
discutirmos o mérito, mas quero dizer a V. Exa., Sr. Presidente, e demais
integrantes do Plenário, que, ao meu ver, a Comissão de Justiça não tem mais
nada a fazer, mesmo porque o nosso Parecer foi e é bem minucioso, foi derrotado
dentro da Comissão de Justiça; apenas com o nosso voto o Parecer foi expedido
e, evidentemente, como fomos voto vencido, o Projeto passou a ser relatado por
outro Vereador, que acabou expedindo um Parecer que se tornou vitorioso,
recebeu o voto da maioria dos integrantes da Comissão de Justiça. A meu ver,
existe um Parecer vencedor na Comissão de Justiça, e a não ser que existisse
uma questão nova, e apenas quero terminar dizendo que quanto ao aspecto que V.
Exa. citou, quanto à desafetação da área, nós sabemos que a área é de
planejamento, não é uma área verde propriamente dita, mas uma área de
planejamento, e que, segundo a assessoria que recebemos, ela comporta a
construção de um prédio para os fins culturais, como o teatro. Quanto a esse
aspecto, a meu ver, não existe controvérsia, mas, em todo o caso, se a maioria
da Casa entender que deva ser adiada para uma nova diligência, nos lá estaremos
para fazer cumpri-la. Muito obrigado
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Flávio Coulon, para encaminhar.
O SR. FLÁVIO COULON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, e começo o meu pronunciamento
justamente dentro da linha em que terminou o Ver. Caio Lustosa. Este Processo
foi exaustivamente examinado no aspecto que competia à Comissão de Justiça e
Redação. Do ponto de vista legal, não resta praticamente nenhuma dúvida.
Havia-se levantado uma dúvida em relação à área. A Prefeitura sanou esta dúvida
descrevendo perfeitamente a área. Havia uma dúvida se a Câmara deveria ser
ouvida a respeito dos projetos. Esta dúvida foi esclarecida, dizendo que a Câmara
analisaria “a posteriori”.
A dispensa de licitação também ficou clara. O Parecer da Prefeitura, do
Dr. Morandi, entende que se trata de relevante interesse público, logo, não
precisaria haver esta licitação.
Então, realmente, não tem o que fazer este Projeto, novamente, na
Comissão de Justiça. Existe um longo Parecer, um belíssimo Parecer do Ver. Caio
Lustosa a respeito do assunto, que até por sinal votei contra este Parecer para
facilitar a audiência de uma contra-argumentação e esta contra-argumentação
acabou não vindo para dentro do Processo porque o Relator que faria o Acórdão
em termos da Comissão, simplesmente não fundamentou absolutamente nada e votou
pela aprovação.
Mas eu gostaria de chamar a atenção para dois fatos: este Projeto já
está tramitando aqui desde dezembro de 1987. Durante todo este tempo houve
centenas de oportunidades para serem sanadas as dúvidas. Os interessados vieram
praticamente diariamente aqui na Casa oferecendo as suas explicações e chegamos
hoje ao dia da votação e as pessoas não têm ainda o conhecimento a respeito do
Projeto.
Este é o primeiro aspecto que me parece fundamental. Até, por sinal, a
Mesa deveria ter acompanhado estas tratativas, de tal modo que quando
chegássemos ao dia de votação, estivessem esses problemas, do tipo projeto
arquitetônico, a repercussão deste Projeto arquitetônico no conjunto, aqui,
absolutamente conhecidos. Isso é um dos aspectos.
O segundo aspecto que me parece fundamental, depois de passado pela
Comissão de Justiça, onde não fui relator, e me debrucei sobre o assunto,
conversei com o Líder da Bancada do PDT a respeito deste assunto, é, Ver. Caio
Lustosa, a respeito do contrato de concessão de uso. Esse contrato de concessão
de uso, Ver. Caio Lustosa, é um dos contratos mais abertos que vi em toda a
minha vida. Eu nunca vi o Poder Público fazer um contrato onde uma das partes
praticamente não tem nenhuma obrigação amarrada, a não ser construir o ginásio.
Essa minuta de contrato - e eu falava para o Líder do PDT - é o tipo da minuta
de contrato que veio dentro do Processo com a nítida intenção de não ser
aprovado este Projeto na Casa.
Então, coloca-se aqui uma minuta de contrato para satisfazer as partes,
manda para Casa e o Projeto vai ser rejeitado. Ocorre que o Projeto passou a
ter um tratamento sério por parte das Comissões e hoje temos que votar o mérito
deste Projeto, já que a parte legal está plenamente satisfeita. E temos que
votar o mérito deste Projeto em cima de uma minuta de contrato que, para dizer
o mínimo, mínimo, não honra a uma Administração que se diga responsável pelo
patrimônio público.
Cheguei a preparar um Substitutivo a este Pedido de Autorização e
depois do Substitutivo pronto, o Regimento Interno da Casa não permite que se
apresente Substitutivo. Aí se amarrariam algumas coisas relativas a este Pedido
de Autorização, neste contrato, onde o Município teria algumas garantias.
Chegamos ao dia da votação com uma minuta de um contrato que nem pai faz para
filho, tamanha a abertura deste contrato que não diz absolutamente nada, que
não traz compromisso absolutamente nenhum em termos de patrimônio público.
Era essa a discordância frontal que eu queria trazer neste momento, e
concordo com o Ver. Caio Lustosa: eu acho que nós temos que votar em relação ao
mérito, razão pela qual também sou contra o adiamento dessa votação. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Antonio Hohlfeldt.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, é público que a minha presença nesta Casa, através do Partido dos
Trabalhadores, deve-se, também, por representação de companheiros que atuam na
área de cultura, especialmente na área da literatura e do teatro. É também já
sabido que eu tenho, desde o início, algumas restrições a esse Projeto. E colocava
bem o Ver. Caio Lustosa, aqui, ratificado pelo Ver. Flávio Coulon: a própria
classe teatral, em alguns segmentos, está um pouco dividida em relação a essa
situação, tem dúvidas, no mínimo, em relação a esse Projeto. E no que tange à
redação e à forma legislativa adotada pelo Executivo - o Pedido de Autorização
- eu, pessoalmente, continuo com dúvidas e era isso que eu explicava ao
companheiro Jofre Miguel. Desde a primeira vez nós entendemos que não se
trataria apenas de um Pedido de Autorização, mas se trataria de um Projeto de
Lei - seria mais simples - com cessão de área por comodato ou coisa desse tipo.
Simplificaria muito a tramitação legislativa. Então, realmente, há dúvidas do
ponto de vista jurídico e tem havido uma resistência do Executivo em entender
isso, que não se trata de ser contra o Projeto, mas, sim, de encontrar o melhor
caminho, formal, jurídico, legislativo, para a concretização desse Projeto.
Entendo, no entanto, que é fundamental que se leve a sério essa discussão,
porque Porto Alegre é uma cidade carente de espaços, o Projeto, na sua origem,
trazia algumas questões, no mínimo, polêmicas, como a previsão de um hotel
cinco estrelas com uma imensa torre que se chocaria com a previsão de um hotel
do Projeto Praia do Guaíba, depois foi retirado o hotel do Projeto Praia do
Guaíba, posteriormente, também o hotel foi retirado deste Projeto. Eu confesso
aos Senhores que foram tantas as idas e vindas que neste momento realmente eu
não sei direito o que vamos votar. Mas eu quero dizer que eu tenho respeito por
aquelas pessoas que ao longo de um ano têm vindo a esta Casa por diversas
ocasiões para participar de discussões, para esperar a votação de um Projeto
que acaba não ocorrendo e até tenho procurado orientar no sentido de dar uma
informação precisa, quando se vota, qual o problema que existe, o que está
trancando a tramitação e por aí afora. De maneira é que é neste sentido, no
sentido de que talvez pudéssemos de uma vez por todas, claramente,
objetivamente, sentarmos para discutir essas questões - Ver. Caio Lustosa -
porque eu conheço suficientemente V. Exa. e o Ver. Flávio Coulon e me
identifico nas preocupações que temos tido, historicamente, nesta Casa, junto
com outros Vereadores, como o Ver. Paulo Sant’Ana com quem temos discutido
tantas e tantas vezes esse tipo de Projeto, no sentido de que adiássemos a
votação ou, até, se fosse o caso, retirássemos o Projeto como pede o Ver. Artur
Zanella, sentarmos objetivamente com esses empresários que estão aqui e,
inclusive, pudéssemos marcar uma reunião, para discutirmos com eles. O artigo
mencionado pelo Ver. Flávio Coulon está correto, porém ele não mencionou a
segunda parte.
O Sr. Paulo Sant’Ana: (Aparte
anti-regimental.) Discutir até o
local...
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Exatamente, Ver. Paulo Sant’Ana,
nós temos que discutir tudo, porque os artigos 151 e 152 dizem: Pedido de
Autorização é iniciativa do Prefeito, submetendo à Câmara contratos ou
convênios de interesse municipal, e no parágrafo único diz o seguinte: é vedado
à Câmara emendar os contratos ou convênios, sim, mas diz: salvo com a
concordância das partes.
Então, nós podemos, sim, fazer um Substitutivo nesta Casa, reunindo
representantes de todas as Bancadas, aqueles Vereadores que, talvez, se
identificam mais diretamente com essas questões ou que vão ser designados pelas
suas Bancadas para discutirem o assunto e podemos elaborar um Projeto aqui na
Casa, substitutivamente ao Projeto original ou, ao contrário, podemos chegar à
conclusão definitivamente, mas sem ficar amarrando a decisão, de que não
queremos isso. Então, vamos votar e rejeitar pura e simplesmente.
Mas o que eu queria propor, portanto, e faria, até, um apelo respeitoso
de companheiro aos Vereadores Caio Lustosa e Flávio Coulon no sentido de que
aprovássemos o pedido de retirada temporária que pudéssemos marcar um encontro
objetivo com os empresários para esta semana, se for possível, para
discutirmos, vamos limpar as discordâncias, vamos elaborar, sim, um
Substitutivo, por que não? Temos poder para isso, está claro no Regimento, art.
151. Se houver concordância das partes, e a parte, no caso, somos nós, o Poder
Municipal é exercido pelo Executivo e Legislativo. Tenho certeza de que, em
havendo interesse do Executivo em mandar este Projeto, concordará em que a
Câmara o melhore e não apresentará – espero – óbices. Nesse sentido, até
podemos convocar o Sr. Secretário de Cultura Joaquim Felizardo para também
participar dessa reunião, com sua assessoria, e encaminharmos a discussão em
conjunto. Confesso que estou cansado de ficar empurrando isso com a barriga,
sem dizer e definir o que está acontecendo, sem definir a questão.
O SR. CLÓVIS BRUM (Questão
de Ordem): Sr. Presidente, há um pedido do art. 44 ao
Processo; pediria ao Ver. Artur Zanella que pedisse a retirada do art. 44 até
para se ter o trâmite normal no âmbito das Comissões.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Perfeito, e marcaríamos uma
reunião de comum acordo e com isso resolveríamos o problema.
O SR. CLÓVIS BRUM: Retirando o pedido do art. 44, ele volta para o trâmite normal e
dentro do âmbito das Comissões. Cada Comissão, dentro da sua especialidade,
examina o processo.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Independente disso,
manteria a proposta.
O SR. CLÓVIS BRUM: Chamo a atenção da Presidência, na condição de Presidente da
Comissão de Educação e Cultura, para que retirado o pedido do art. 44, o
Processo volte ao seu trâmite normal no âmbito das Comissões. E cada Comissão
até poderá elaborar um Substitutivo ou coisa que o valha. Sou grato.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Para encaminhar, com a
palavra o Ver. Artur Zanella.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, estou com o Requerimento que foi preparado pela Assessoria
Legislativa onde o Projeto seria retirado nos termos do art. 146 do Regimento
Interno para reestudo da Comissão de Justiça e Redação. Queria dizer para os
Senhores que o pedido de urgência feito por mim secundava um pedido feito pelo
Ver. Cleom Guatimozim, Líder do PDT, que na oportunidade fazia uma espécie de
acordo para colocar em votação, definitivamente, o Projeto, não estava na Casa.
Então, em função da ausência do Ver. Cleom Guatimozim, fiz o pedido de
urgência, baseado no art. 44, que era o desejo das pessoas que estão
trabalhando por este teatro.
Quero dizer, também, que o simples fato de haver este tipo de
encaminhamento, hoje, demonstra que ele, que o adiamento é adequado. O
Presidente da Casa informa que tem que desafetar o terreno. O Ver. Antonio
Hohlfeldt declara que já não sabe mais o que está votando. O Ver. Caio Lustosa
tem dúvidas. O Ver. Flávio Coulon tem dúvidas.
Então, exatamente para dirimir estas dúvidas é que se pediu o
adiamento.
Eu não sou especialista em teatro, a não ser como expectador. A minha
única participação em teatro foi lá em Itaqui, quando tentei ser ator numa peça
de Otelo de Shakespeare e terminei como arauto, a única coisa que consegui
fazer foi ler meia linha, como arauto.
Então, não sou teatrólogo, não sou crítico teatral, não sou artista de
teatro, o que acho é que Porto Alegre tem que ter um teatro municipal. Isto eu
acho. Se houver recursos no Ministério da Educação, imposto de renda, pela Lei
Sarney, acho que devam ser buscados esses recursos; entre uma administração do
Município e uma administração de um grupo: sou favorável à administração de um
grupo. Vejo o Teatro Renascença, que foi inaugurada no Governo Villela, em 77,
78, qualquer, vai encenar Otelo, o Mouro de Veneza, de tanta água que tem lá
dentro, qualquer dia vão andar de gôndola, porque a administração do Centro de
Cultura é a pior possível. Vejo a Secretaria de Cultura, de um dia para outro
perder 60, 70% das professoras que lá atuam.
Então, acho que uma administração de uma fundação, associação seja
melhor; acho também que como vamos ceder um bem público, deve haver uma
fiscalização melhor, efetivamente.
Mas, tratando, especificamente, do adiamento, peço adiamento, pedi
adiamento para que, exatamente, essas questões sejam colocadas. E lembro o Ver.
Antonio Hohlfeldt que, quando Presidente da Casa, em virtude da ausência do
Presidente, no mês de julho, convoquei esta reunião, apareceram dois ou três
Vereadores, se é que apareceram, não me lembro. Então, creio que este adiamento
é salutar, tendo em vista todas as questões que afloraram hoje, e não é de hoje
que esta Casa adia, tendo em vista fatos novos.
Porto Alegre tem mais de 200 anos e não tem Teatro Municipal, se tiver
que esperar uma, duas, três semanas para ter um Teatro Municipal, não será isso
que vai impedir o trabalho dessas pessoas que não estão perdendo tempo ao vir
aqui, estão lutando por alguma coisa em que acreditam, de que gostam e que é o
ideal de todos eles.
Então, pelo respeito que eu tenho às pessoas que fazem cultura, todas
as pessoas que acreditam no que fazem, eu não quero que esse Projeto seja
rejeitado. E se precisar ter que adiar diversas vezes, eu pedirei esse
adiamento, porque o que eu quero é o melhor para Porto Alegre. E mesmo que se
perca uma parte de uma área, que é uma área funcional, uma área verde, eu creio
que será bem perdido. É a mesma coisa que dizer que o Auditório Araújo Viana
tirou um espaço de Porto Alegre. Não. O Araújo Viana criou uma área para Porto
Alegre, porque serve para uma série de coisas.
E eu não posso, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, tendo aí uma série
de hectares do Parque Marinha e do Parque
Mauricio Sirostky Sobrinho, mais 60, 70 hectares que eu acredito sejam criados
pelo Projeto Praia do Guaíba, não acredito que esse terreno, que será destinado
ao Teatro Municipal, vá causar danos irreparáveis a Porto Alegre. Acredito
nisso, Sr. Presidente, que poderá ser um grande foco de cultura, um grande bem
para essa Cidade, trazendo para cá recursos, que pelo imposto de renda são
drenados para outras regiões do País. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Jorge
Goularte.
O SR. JORGE GOULARTE: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, eu já tenho uma posição um pouco diferente, eu não tenho nada
contra o Projeto e acho que está ótimo, acho de Porto Alegre precisa ter
aumentado, ainda mais, o nível cultural. Quanto mais casas de espetáculos nós
tivermos, melhor.
Agora, o que precisa ser dito é o seguinte: nós estamos com impasse
nesta Casa, isso não foi dito aqui, é que as Lideranças da Casa se
comprometeram com os funcionários municipais a não votar nenhum Projeto, sem
que seja votado o reajuste dos funcionários. Foi uma decisão do Colégio de Líderes e que nós temos que
respeitar. Eu não tenho dúvidas, acho que o Projeto é muito bom, Porto Alegre
precisa, só que nós temos este impasse. O Prefeito Municipal mandou reajustes
em conta-gotas, colocando primeiro os professores, depois o DMAE, depois o
Pronto Socorro, depois as creches, e isso vai criando um problema de divisão
jogando classe contra classe. Nós não temos interesse nenhum nesse sentido e o
único projeto que nós votaremos, no que concerne a este Vereador, é o Projeto
da Casa, não é do Poder Executivo. O Projeto da Casa, dos funcionários do
Legislativo, é o único que votaremos em relação à combinação que nós fizemos,
porque não votaríamos projetos do Poder Executivo. E este Projeto autorizativo
parte do Poder Executivo. Então, nós achamos ótimo, sensacional, necessário
para Porto Alegre. Eu votarei o Projeto, sem dúvida, só que estamos num impasse
que precisava ser dito, porque foi uma reunião do Colégio de Líderes e assim
ficou determinado. E eu ainda sou do tempo antigo, depois que eu dou a minha
palavra eu a cumpro até o final e os Líderes desta Casa farão o mesmo, tenho
certeza disso. Eu peço que os Senhores compreendam a nossa situação e a nossa
posição. Nós estamos tendo uma situação de divisões entre categorias funcionais
e, para acabar com esta situação, tem que vir um Plano de Reclassificação Geral
do Município.
Este Plano de Reclassificação Geral do Município tem que vir o quanto
antes, para fazer justiça a todos os funcionários e não ficar a contemplar
alas, por melhores que sejam, em relação a outras. Todos os funcionários têm
grande valor e são imprescindíveis. Por isso, nós explicamos essa situação aos
Líderes, do teatro, que estamos convencidos da necessidade. Para nós não há
nenhum problema, o Partido Liberal vota com o Projeto, tranqüilamente, sem
problema nenhum, no momento em que nós desenlearmos esse impasse, em relação ao
Poder Executivo. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. CLÓVIS BRUM (Questão
de Ordem): Pergunto a V. Exa. o que será colocado em
votação.
O SR. PRESIDENTE: O Requerimento do Ver.
Artur Zanella, o qual o Plenário encaminhava até o momento. É sobre o art. 146.
Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
PROC. 1771/88 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 042/88, do Ver. Artur Zanella, que
concede o título honorífico de Cidadão Emérito ao Coronel Cláudio Netto Di
Primio.
Pareceres:
- da CJR. Relator Ver. Luiz Braz: pela
aprovação; e
- da CEC. Relator Ver. Mano José: pela
aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Em
votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o PR nº 042/88 permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
PROC. 1832/88 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 044/88, do Ver. Luiz Braz, que
concede o título honorífico de Cidadão Emérito ao Senhor João Carlos Machado
Stabile.
Pareceres:
- da CJR. Relator Ver. Ignácio Neis: pela
aprovação; e
- da CEC. Relator Verª Gladis Mantelli: pela
aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Em
votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o PR nº 044/88 permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
PROC. 1906/88 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 046/88, do Ver. Lauro Hagemann,
que concede o título honorífico de Cidadão Emérito ao Senhor José Luiz Perez.
Pareceres:
- da CJR. Relator Ver. Luiz Braz: pela
aprovação; e
- da CEC. Relator Verª Gladis Mantelli: pela
aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Em
votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o PR nº 046/88 permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
PROC. 1439/88 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 032/88, do Ver. Wilton Araújo, que
concede o título honorífico de Cidadã Emérita à Senhora Antônia Medeiros
Collares.
Pareceres:
- da CJR. Relator Ver. Ignácio Neis: pela
aprovação; e
- da CEC. Relator Ver. Adão Eliseu: pela
aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Em
votação. (Pausa.) Para encaminhar, o Ver. Jorge Goularte.
O SR. JORGE GOULARTE: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, eu pretendo encaminhar rapidamente este Processo, porque é um
Processo pacífico na Casa e queria louvar o Ver. Wilton Araújo pela iniciativa.
Quando ele entrou na Casa, eu até ia apresentar um Substitutivo, transformando
a homenageada em Cidadã de Porto Alegre e não Cidadã Emérita, mas depois,
atendendo à minha própria consciência e entendendo que não deveria interferir
na idéia de um colega e que também não deveria arriscar uma pessoa que não
pediu este título a ver rejeitado um título de Cidadã, que precisa de dois
terços de votos, eu resolvi retirar o meu Substitutivo e deixar o Projeto
original. Fiz esta retirada em homenagem ao Ver. Wilton Araújo e,
especialmente, em homenagem à Dona Antônia, pessoa que admiro e pela qual tenho
o maior carinho. Ela merece esta homenagem que a Câmara lhe prestará. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação o PR nº 032/88.
Os Srs. Vereadores que aprovam o PR nº 046/88 permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
SECRETA
PROC. 2107/88 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
162/88, da
Mesa, que atualiza o valor básico dos padrões de vencimento dos Quadros da
Câmara Municipal de Porto Alegre e dá outras providências.
O SR. PRESIDENTE: Sobre a mesa, Requerimento
de autoria do Ver. Brochado da Rocha, solicitando que o PLL nº 162/88 tenha
adiada sua votação por uma Sessão.
Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
PROC. 2129/87 – VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 096/88, do Ver. Jorge Goularte,
que autoriza o Executivo Municipal a construir Centros Integrados de Serviços
Essenciais à comunidade em bairros e conjuntos residenciais.
Parecer:
- da CJR. Sem Parecer.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. Para
discutir, está com a palavra o Ver. Jorge Goularte.
O SR. JORGE GOULARTE: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, o Sr. Prefeito Municipal está vetando esse Projeto de minha autoria
pela segunda vez. Veja bem a população de Porto Alegre que é um Projeto que
visa a criar, nos bairros da Cidade, especialmente nos mais necessitados,
Centros Integrados de Serviços Essenciais, ou seja, posto policial, postinho de
saúde pública, comunicação, sanitários públicos e transporte, numa construção
modesta, simples, feita em sistema de mutirão para descentralizar o Pronto
Socorro naquelas situações mais simples e para dar um pouco mais de segurança à
população. Vejam o que o Prefeito diz: “que é contrário ao interesse publico”,
e mais, pela segunda vez, gostaria de refrescar a memória do Prefeito, pois ele
me prometeu não vetar o Projeto, e isso aí é como diz o Aranha, quem promete e
não cumpre, fica corcunda, mas ele prometeu a este Vereador, na presença de
outros Vereadores, mas ele sofre de amnésia, esquecendo as coisas rapidamente.
O Sr. Mano José: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre
Vereador, V. Exa. esqueceu de dizer que o Projeto de V. Exa. autoriza o
Executivo Municipal, quer dizer ele não está determinando ao Executivo que faça
os Centros Integrados. Agora, um Prefeito que faz o que o Sr. Alceu Collares
está fazendo com o funcionalismo municipal, dando aumentos setoriais na
Prefeitura, gerando a discórdia entre o funcionalismo municipal, realmente,
deve estar com algum problema intelectual, psíquico, e mais algum outro, porque
não é possível que um Prefeito faça isso, eu tenho 32 anos de Prefeitura, como
funcionário, e jamais assisti ao que hoje assisto, tristemente, com o
funcionalismo municipal. É uma lastima que o Prefeito, Sr. Alceu Collares,
esteja fazendo isso: aí estão os nossos colegas no saguão, uns reclamando,
gritando pelo que é seu, o direito de greve e o direito de reivindicar, outros
estão pleiteando que se aprove o Projeto do DMLU, assim como outros pleitearam
que se aprovasse o Projeto da SMED, vem ainda o Projeto da Fazenda, e vejam a
balbúrdia que se instalou nesta Prefeitura. Realmente, está na hora de o Sr.
Alceu Collares sair da Prefeitura, antes que se estabeleça o caos na Prefeitura
de Porto Alegre. (Palmas.)
O SR. JORGE GOULARTE: E veja, Vereador, até sou
muito agradecido a V. Exa. por me dar mais essa motivação, pois eu apenas
autorizo o Poder Executivo, e até é pouco inteligente vetar-se um projeto que
autoriza, porque um projeto que autoriza o Poder Executivo a atender às vilas
populares, aos bairros com a construção de Centros Integrados, apenas autoriza
- repito e enfatizo -, por isso não poderia ser vetado desta forma, a meu ver,
ainda mais quando há a palavra e a palavra do Prefeito é um som ao vento e a
sua assinatura é um risco na água, porque a gente não pode ficar acreditando
que aquilo que foi dito vai ser cumprido e aquilo que for assinado vai ser
respeitado. Infelizmente, a situação é de caos neste sentido e nós, Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, verificamos que neste momento não tem nem “quorum”
para continuar esta Sessão. É outra tática do PDT. Fazendo justiça aos
Vereadores Wilton Araújo, Elói Guimarães, Ennio Terra e ao Ver. Paulo
Sant’Anna. O Sant’Anna é um homem que merece ser citado, mas todo o mundo sabe
que o Sant’ Anna está aqui presente pela sua popularidade.
Mas, repito: o Sant’Anna, o Elói, o Wilton e o Ennio, ou seja, 4
Vereadores numa Bancada de 14 Vereadores.
Então, esta é uma tática muito fácil de usar. Quando se quer derrubar
um Veto ausenta-se do Plenário para não votar. Eu sempre achei e digo: a pior
posição do político é não ter posição. Tem que ter posição. Vem aqui e vota
contra, mas vota! Acontece que o PDT utiliza, infelizmente esta tática que a
meu ver é suicida, especialmente numa eleição, de não comparecer para honrar os
seus compromissos, para cumprir com as suas obrigações, enquanto nós temos aqui
4 Vereadores numa Bancada de 14. Esta é, exatamente, a imagem do Poder
Executivo Municipal e do Partido que o representa. A imagem é esta.
O Sr. Hermes Dutra: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ver. Jorge Goularte, o Ver. Artur Zanella conversava
comigo vendo uma possibilidade, embora tênue, de derrubar este Veto, sem a
colaboração da Bancada do PDT, porque, aliás, dificilmente colabora na
derrubada de Vetos, aqui. Há dúvidas enquanto isto, mas acho que de repente a
gente tem que fazer é encarar o novo “quorum” da Constituição que está vigendo
no País. Então, a solução é retirar o “quorum” agora para que não haja a
votação.
Retira-se o “quorum” agora, a Sessão será encerrada e amanhã faremos
uma Extraordinária. Vamos achar os 17 votos favoráveis ao Projeto de V. Exa.,
até para dar uma lição ao Sr. Prefeito Municipal, que acho que está a precisar.
O SR. JORGE GOULARTE: Sou grato ao Ver. Hermes
Dutra, que muito cavalheirescamente se soma a este Vereador. E os senhores
podem analisar que prejuízo dá para a população construir esses Centros
Integrados nos bairros? Centros Integrados que darão mais saúde, segurança,
educação, transporte, mas isso é contrário ao interesse público? É contrário à
população? É algo que prejudicará a população de Porto Alegre ou auxiliará a
população naquelas situações mais simples, descentralizando o Pronto Socorro
Municipal e a segurança pública? Sou grato ao Ver. Hermes Dutra por sua
posição, embora acredite que seja uma tentativa, mesmo tênue - veja bem -, nós
tentando aqui salvar um Projeto simples, que não aumenta ninguém, que não é
para criar cargos, sem problemas, apenas tentando restabelecer a verdade dos
fatos. E aqui estamos nós, sem condições algumas de solucionar o problema por
que a Bancada do PDT, realmente com algumas exceções honrosas, ausenta-se do
Plenário, fugindo da raia, como é do feitio das pessoas que não querem resolver
nada e deixar tudo como está, jogando uma classe contra a outra, quando o ideal
seria que, neste Plenário, já tivéssemos votado todas reclassificações de
cargos de todos funcionários, indistintamente, pois para mim são todos iguais.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. JORGE GOULARTE
(Questão de Ordem): Sr. Presidente, solicito verificação de “quorum”.
O SR. PRESIDENTE (Artur
Zanella):
Solicito ao Sr. 3º Secretário que proceda à chamada nominal dos Srs.
Vereadores para verificação de
“quorum”.
O SR. 3º SECRETÁRIO: (Procede à chamada nominal
dos Srs. Vereadores .) Há 11 Srs. Vereadores
presentes em Plenário, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE: Registro a presença dos
Vereadores: Adão Eliseu, Aranha Filho, Artur Zanella, Elói Guimarães, Ennio
Terra, Flávio Coulon, Jorge Goularte, Lauro Hagemann, Nei Lima, Paulo Sant’Ana
e Wilton Araújo. Não há “quorum”.
Estão encerrados os trabalhos.
(Levanta-se a Sessão às 15h30min.)
* * * * *